CTeSP em Estética, Cosmética e Bem-Estar
Forte componente prática reforça atratividade do CTeSP em Estética, Cosmética e Bem-Estar

Entrevista com Violante Medeiros, coordenadora do CTeSP em Estética, Cosmética e Bem-Estar, lecionado no Piaget de Almada

Trata-se de uma formação superior nova, muito prática e atual, numa área que continua em crescimento acelerado. O curso técnico superior profissional (CTeSP) abriu recentemente no Campus Piaget de Almada, inserido na respetiva Escola Superior de Saúde.

Doutorada em Biologia Molecular, investigadora e especialista no desenvolvimento de formulações de produtos cosméticos, a coordenadora explica-nos a atratividade do curso, as suas mais-valias numa sociedade carente de bem-estar, e as saídas profissionais ao dispor dos futuros diplomados.

O que é exatamente um CTeSP e quais os requisitos de acesso a este tipo de cursos?

Um CTeSP é um curso técnico de nível superior, geralmente ministrado nos institutos politécnicos, e que no Quadro Nacional de Qualificações corresponde ao nível 5. Ou seja, é o grau intermédio entre os cursos de ensino profissional, que equivalem ao 12º ano, e os cursos de grau seguinte, que são as licenciaturas.

Uma das vantagens de um CTeSP é o estudante poder ter um primeiro contato com a área em que projeta trabalhar no futuro e poder aproveitar o tempo do curso, que são dois anos, para decidir se quer prosseguir os seus estudos na mesma área ou se quer mudar de área e aprofundar o seu percurso de uma maneira diferente da que tinha perspetivado inicialmente.

Outra vantagem destes cursos é o facto de terem uma grande componente prática. Desde o início, existe uma carga laboratorial importante e o quarto e último semestre é inteiramente passado em estágio. Isto é, os estudantes são colocados em contexto empresarial e a trabalhar na respetiva área.

No caso da Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Almada teremos toda uma parte clínica em que as aulas práticas vão funcionar em contacto com o exterior, seja com pacientes, com utentes, ou quem precisar de cuidados de Estética, Cosmética e Bem-Estar.

As questões relacionadas com a beleza e o bem-estar têm ganho uma relevância crescente na sociedade atual. Qual o papel e a utilidade de um futuro técnico ou técnica superior diplomado(a) em Estética, Cosmética e Bem-Estar?

Vejo a questão de forma muito abrangente. É verdade que a estética está na moda, mas não só: temos também a cosmética, a linguagem própria dos produtos cosméticos, o papel dos influencers e todo o mundo online à nossa volta, os produtos e os ingredientes novos a darem a ideia de que está sempre a aparecer algo milagroso. Tudo isto é hoje vivido a uma velocidade incrível e é preciso saber acompanhar os tempos. Mas também saber descortinar no meio de tanta informação – e muita desinformação – o que é realmente útil. As pessoas procuram cada vez mais não só o produto para utilizar em casa, mas as clínicas e os institutos de estética onde podem usufruir de uma massagem, ter um tratamento específico de massoterapia ou beneficiar de um serviço de estética avançada, já com cirurgia incluída e um nível clínico bastante superior.

Neste universo, onde é que os nossos técnicos se podem enquadrar? Em todas estas áreas! Podemos ter técnicos que vão acompanhar a recuperação clínica depois de uma intervenção significativa em que é preciso ajudar na regeneração dos tecidos e cicatrizes. Mas também podemos ter técnicos que irão trabalhar em gabinetes de estética e massagens e que precisam de saber aconselhar sobre um produto ou um cuidado específico. Ou técnicos que vão trabalhar em parafarmácias como consultores comerciais para determinadas marcas de cosmética ou ainda os que trabalharão em laboratórios de formulação cosmética que desenvolvem esses mesmos produtos.

Olhando para o futuro, quais as saídas profissionais disponíveis para os futuros diplomados?

Existem várias alternativas e saídas. Temos os gabinetes de estética, de massagem e os spa. Temos as clínicas de cirurgia reconstrutiva, de recuperação estética. Temos as parafarmácias, as ervanárias e a vertente comercial ligada à representação de marcas, produtos e tecnologias estéticas.

Quais as competências que os alunos irão desenvolver ao longo do curso?

Em primeiro lugar, irão desenvolver uma abordagem mais envolvente e holística sobre o paciente, no sentido em que terão de entender como é que está a sua pele, como é que está o estado geral da sua saúde, ou que comportamentos é que a pessoa tem na sua vida. Por exemplo, se a pessoa é fumadora isso pode ter um impacto diferente sobre a sua pele. Se a pessoa tem uma profissão que a obriga a estar permanentemente em ambientes com diferentes temperaturas ou em ambientes com ar condicionado, isso também tem impacto sobre a sua pele e sobre o seu bem-estar.

Há que saber reconhecer os sinais, reconhecer o que é que o paciente nos diz, do que se queixa e o que é que essas queixas podem querer traduzir. Por outro lado, é preciso entender de que é que o paciente vem à procura: se procura mais firmeza na pele, se procura libertar-se de algumas manchas ou se procura apenas reduzir um edema. As queixas podem ser de vários tipos. E ainda não estamos a falar no âmbito do anti-aging ou do natural aging, que tem muitas vertentes e as pessoas podem querer corrigir o ponto A, B ou C.

Os nossos técnicos têm de saber aconselhar, têm de entender o que é que a pessoa procura, que constrangimentos é que tem e tentar aplicar o tratamento mais adequado, principalmente aqueles que vão trabalhar em contexto de spa. Por norma, nos spa há uma rotina: se a pessoa viver fazer um tratamento de rosto certamente tem uma etapa de limpeza, uma etapa de ativação, uma massagem com vários pontos, uma etapa de nutrição ou pode ainda ter um tratamento enzimático ou um peeling e é preciso entender se os tratamentos são adequados a esse paciente ou não.

No final de tudo, creio que o mais importante é saber adequar os tratamentos disponíveis, as técnicas que temos e os produtos que estão à disposição àquele paciente. Ou seja, não vender o pacote que está previamente criado e que foi formatado de uma determinada maneira, mas adequar a experiência e os procedimentos àquela pessoa. O objetivo é que a pessoa saia das nossas mãos mais feliz, relaxada e radiosa do que entrou e, no caso das mulheres, mais empoderada.

Em síntese, uma grande componente do curso é esta relação com o paciente, é a comunicação com o paciente, é entendê-lo e saber propiciar todo este envolvimento.

Os estudantes que escolherem o CTeSP serão provavelmente, na sua maioria, jovens que terminaram o 12º ano. Qual o perfil de alunos que ambiciona ter no próximo ano letivo?

Nos alunos que falou que terminaram o Secundário haverá alguns que poderão vir também do ensino profissional, porque nos cursos de nível 4 já existe o técnico de estética – sendo que estes estudantes oriundos de um curso técnico terão uma noção mais prática do que pode ser este CTeSP.

Creio, de qualquer forma, que a maior parte dos alunos serão pessoas curiosas acerca da componente estética e da saúde em geral, alunos interessados em entender como lidar com o paciente. Alguns talvez não saibam ainda muito bem se o seu caminho passará por trabalhar em estética e bem-estar ou numa área de tratamento terapêutico, ou até se preferirão uma progressão académica que envolva estudos mais científicos e mais clínicos.

Julgo também que encontraremos profissionais que já trabalham nas áreas da estética e das massagens há alguns anos, que não tiveram oportunidade de frequentar o ensino superior neste campo, e que pretendem sobretudo colmatar pequenas lacunas. Serão, por isso, estudantes com experiência e que darão provavelmente mais atenção aos detalhes de natureza científica.

Por isso, estou a contar não só com os jovens que chegam do Secundário cheios de ideias e de motivação, mas também com pessoas com percursos interessantes e que enriquecerão a troca de conhecimentos na turma, que nos colocarão questões muito específicas e nos desafiarão muito.

O curso é lecionado num grande Campus universitário, designadamente no Piaget de Almada, onde os estudantes vão interagir diariamente com colegas que estão a estudar e a formar-se em áreas muito diferentes. Na sua opinião, isso é uma vantagem ou uma desvantagem?

É uma grande vantagem. O Piaget de Almada tornou-se conhecido principalmente pelas áreas ligadas à educação, mas no caso específico da Escola Superior de Saúde existem várias licenciaturas diferentes em áreas que tocam o nosso CTeSP, como Dietética e Nutrição ou Fisioterapia. Isto permite criar um ambiente de intercâmbio e de realização de atividades conjuntas que pode ser muito útil aos nossos alunos. Existe igualmente um curso no âmbito das terapêuticas não convencionais, que é a licenciatura em Medicina Tradicional Chinesa, que tem uma componente de manipulação e de massagens importante.

Há, por isso, espaço para criar algumas sinergias entre os cursos, sobretudo na vertente prática, o que torna a experiência mais enriquecedora para os alunos. Se eu fosse aluna do CTeSP e estudasse no Campus de Almada iria querer conhecer os colegas de todas as áreas justamente para potenciar este intercâmbio e partilha de saberes.

Para terminar, quem é a Professora Violante Medeiros?

É uma pergunta difícil, até porque o meu percurso é feito, em parte, de uma manta de retalhos que aos poucos começou a fazer sentido. Em boa verdade, acho que a minha manta de retalhos só começou a fazer sentido quase 20 anos depois de terminar a licenciatura. Comecei por fazer uma licenciatura em Biologia Vegetal, pois sempre gostei do mundo das plantas. Fui sempre uma apaixonada pelos compostos naturais e por entender as suas funções e a sua aplicabilidade na área do bem-estar e na potenciação da saúde.
Fiz depois um doutoramento em Biologia Molecular e fui investigando compostos naturais em plantas até chegar uma altura em que decidi tornar a investigação mais aplicada, criando um laboratório de formulação cosmética.  Portanto, trabalho há oito anos no desenvolvimento de formulações de produtos cosméticos. A minha área de investigação passa pelo desenvolvimento de produtos e pela sua aplicabilidade. Tenho um gosto muito grande pelos recursos endógenos dos Açores, de onde sou natural.
Ao longo da minha carreira tenho estado sempre ligada à academia, à formação e aos estudantes. Uma coisa que me apaixona é ajudar as novas gerações a chegar um bocadinho mais à frente e a descobrir o que lhes interessa.

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