Mestrados em Enfermagem que abrem portas ao futuro
Entrevista aos professores Neide Feijó e André Leão, responsáveis pelos mestrados em Enfermagem no Campus Piaget de Gaia
O Piaget é assumidamente uma referência na formação académica de profissionais de saúde, e de enfermeiros em particular. No Campus de Gaia, a formação destes profissionais é transportada a um nível elevado de especialização, com uma oferta ao nível do 2º ciclo de estudos distribuída por três cursos:
- Mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica;
- Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica;
- Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crónica.
A professora Neide Feijó e o professor André Leão são enfermeiros de formação e responsáveis por estes três mestrados. Nesta entrevista, falam-nos dos diferentes caminhos de especialização e da mais-valia que é estudar em Gaia.
O que é que o mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, lecionado na Escola Superior de Saúde Jean Piaget em Gaia, oferece de diferente ou de inovador face a outros cursos similares?
Neide Feijó: Não sei se todos sabem, mas a estrutura curricular dos mestrados em Portugal, na sua componente básica, é comum e ditada pela Ordem dos Enfermeiros, sendo a maior parte da carga horária igual em qualquer escola. Obviamente que no Piaget queremos também transmitir um carácter especial ao curso, pelo que posso destacar alguns fatores que são especiais para nós e importantes na formação dos enfermeiros especialistas em saúde mental.
O primeiro é o cuidado de si próprio e a proximidade que mantemos com os estudantes. Promovemos e estimulamos que tenham um auto cuidado, seja com a sua saúde geral seja com a sua saúde mental, para poderem cuidar bem dos seus pacientes.
A proximidade que referi vai também ao encontro das preferências dos estudantes em relação aos horários e aos seus estágios. Temos muito cuidado em atender as suas expectativas, sabendo que é muito melhor estudar organizando as coisas de acordo com aquilo que é esperado pelo estudante. O trabalho é desenvolvido de forma conjunta, e o estudante é corresponsável pela sua própria formação.
Outro fator chave no campus é a investigação. Temos tanto pessoas novas como outras mais experientes muito envolvidas na investigação e os estudantes acompanham-nos neste caminho, sendo estimulados a que o façam.
Outra mais-valia do Piaget é o facto de estarmos inseridos numa região em que as opções para os estágios são muito amplas, podendo ir facilmente ao encontro dos interesses dos estudantes nas suas subespecialidades dentro da área da enfermagem psiquiátrica.
Que tipo de competências é que os estudantes desenvolvem ao longo do mestrado?
Neide Feijó: Os estudantes desenvolvem competências que são comuns aos enfermeiros especialistas e outras que são obviamente específicas à sua área de formação. No final do curso, os estudantes serão capazes de identificar de forma muito completa as necessidades de saúde mental da população que estiverem a atender. Ao reconhecer essas necessidades, conseguirão planear e intervir de forma especializada, tanto em intervenções terapêuticas como intervenções psicoterapêuticas. Saberão cuidar de uma forma integral dos seus pacientes e atender a sua família ou outros grupos, agindo com competência.
A oferta formativa do Piaget inclui atualmente dois mestrados em enfermagem médico-cirúrgica. O que diferencia um do outro?
André Leão: A diferença reside no foco clínico, nas competências específicas que se pretende desenvolver. No caso da prestação de cuidados à pessoa em situação crítica os enfermeiros são preparados para atuar em contextos de elevada complexidade, de urgência ou emergência, onde a instabilidade clínica exige um processo de tomada de decisão rápido, fundamentado e altamente especializado. Já no que diz respeito ao mestrado orientado para a pessoa em situação crónica, o mesmo centra-se mais na gestão das doenças prolongadas e na importância da continuidade de cuidados e na promoção da autonomia e da qualidade de vida.
Tanto um como outro são complementares e, por isso, fundamentais para um sistema de saúde robusto e que vá ao encontro daquilo que a sociedade espera da enfermagem. Falamos de necessidades clínicas distintas que exigem naturalmente competências diferenciadas.
Qual o perfil de alunos que ambiciona ter no próximo ano letivo?
André Leão: Procuramos sempre enfermeiros motivados, com espírito crítico, com ética profissional, e uma vontade grande em transformar a prática clínica diária em algo de qualidade. Valorizamos todos os profissionais que já adquiriram alguma experiência em contextos diferenciados, mas também acolhemos jovens enfermeiros que têm a ambição de crescer e aprofundar os seus conhecimentos.
O ideal é que o aluno não encare o mestrado apenas em função do título académico, mas como uma ferramenta de mudança para a sua carreira e para aumentar a qualidade dos cuidados prestados, indo assim ao encontro da exigência cada vez maior da nossa sociedade.
Volto à professora Neide Feijó para lhe perguntar que funções pode vir a desempenhar um mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica? Quais são as saídas profissionais do curso?
Neide Feijó: O enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica vai naturalmente orientar a sua carreira para serviços especializados, seja em hospitais psiquiátricos, em enfermarias psiquiátricas de hospitais gerais, em serviços à comunidade, em clínicas privadas ou até criando o seu próprio consultório e fazendo atendimento de enfermagem de forma autónoma.
Pode também trabalhar na prevenção em equipas de saúde mental comunitária, em cuidados continuados, tal como pode trabalhar em áreas ligadas à psiquiatria geral ou em áreas subespecializadas, como a pedopsiquiatria, a geriatria ou a psiquiatria forense. Há, portanto, um grande leque de opções para um enfermeiro especializado em saúde mental.
Professor André Leão, os mestrados em Enfermagem Médico-Cirúrgica capacitam os enfermeiros para intervenções complexas no âmbito da prestação de cuidados de saúde. Este é um caminho importante na especialização dos profissionais de enfermagem?
André Leão: Sem dúvida. A complexidade crescente nos contextos clínicos exige também profissionais mais qualificados, capazes de integrar todo o conhecimento científico, o pensamento crítico e as suas competências técnicas avançadas.
A especialização nesta área de enfermagem médico-cirúrgica vai permitir ao enfermeiro assumir um papel de liderança clínica, contribuindo não só para a segurança do doente, mas também para a inovação de cuidados na prática clínica.
É seguramente um investimento que vai valorizar a profissão, responde às exigências da sociedade e do sistema de saúde, uma vez que face a patologias complexas necessitamos cada vez mais de enfermeiros devidamente qualificados, com uma prática baseada na evidência.
É possível conciliar bem a realização do mestrado com a atividade profissional, que seguramente muitos enfermeiros já terão?
André Leão: Sim, essa é uma das mais-valias da nossa oferta formativa. O nosso plano curricular foi desenhado para ser flexível e compatível com a realidade dos profissionais que estão a exercer. Temos horários adaptados e metodologias de ensino que promovem a autonomia e a aprendizagem ativa.
Muitos dos nossos estudantes são enfermeiros em funções, pelo que seria inadequado não pensar desta forma. Nestes mestrados conseguem não só compatibilizar os estudos com a atividade profissional, como também aplicar de imediato na sua prática clínica os conhecimentos que vão adquirindo na Academia. Isto enriquece a sua experiência formativa e a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes.
Professora Neide Feijó, os estudantes do mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, lecionado no Campus de Gaia, vão interagir muitas vezes com colegas que estão a formar-se em áreas muito diferentes. Em sua opinião, isso é uma vantagem ou uma desvantagem?
Neide Feijó: É uma vantagem. Não tenho a menor dúvida sobre isso. Os nossos estudantes interagem principalmente com colegas que estão a fazer outros mestrados, nomeadamente na área médico-cirúrgica. Recordo que os planos curriculares têm eixos comuns e a interação gera uma riqueza maior. No capítulo dos estudos ou da aplicação de casos, os mestrados em enfermagem médico-cirúrgica têm a componente de saúde mental, o que permite que os enfermeiros vejam o doente de uma forma mais integral.
O que desejamos é que as pessoas de quem cuidamos não sejam encaradas numa perspetiva compartimentada e que os nossos enfermeiros consigam atender de uma forma mais geral. Neste momento, é pacífico o entendimento de que a saúde mental é transversal a qualquer especialidade, que pacientes com outras patologias podem ter alguma perturbação na sua saúde mental, e que os cuidados de prevenção em termos da saúde mental cabem em qualquer área. Daí ser muito positiva a interação entre estudantes de diferentes cursos.
Para terminar, quais são as vantagens de estudar em Gaia?
André Leão: A Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Gaia tem um ambiente académico estimulante e uma forte ligação à prática clínica e à investigação. A localização estratégica, fácil acesso e proximidade a grandes instituições parceiras é também uma mais-valia. Dispomos de um corpo docente experiente e dedicado, temos infraestruturas modernas e uma cultura de proximidade com os estudantes. O sentido de proximidade é muito valorizado na cultura do Piaget e nós mantemo-lo no 2º ciclo de estudos.
Adicionalmente, destaco o facto de Gaia ser uma cidade vibrante, com boa qualidade de vida e bastantes oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Daí ser uma mais-valia estudar connosco.
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