Educação com impacto: o educador como agente de mudança

Entrevista a Cristina Gonçalves, coordenadora do mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do Primeiro Ciclo do Ensino Básico, lecionado no Campus Piaget de Almada

O Piaget tem uma longa experiência na formação de educadores e professores do 1º ciclo, o que confere uma enorme mais-valia aos nossos estudantes nesta área. A professora Cristina Gonçalves, coordenadora do mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do Primeiro Ciclo do Ensino Básico, destaca a equipa docente altamente qualificada, com uma forte ligação à prática e à investigação.

O curso é lecionado durante quatro semestres no Campus do Piaget de Almada, situada a dois passos da estação de comboios do Pragal e a 10 minutos de carro do centro de Lisboa.

Nesta entrevista, a docente fala-nos das mais-valias do mestrado para quem pretende manter-se na área da educação e da especial responsabilidade do Piaget na formação de educadores.

O Piaget é uma instituição académica de referência na formação de educadores em Portugal. Quais são, na sua perspetiva, os grandes desafios da educação atual e o papel dos educadores na sociedade?

Vivemos tempos desafiantes na educação. A sociedade está em constante mudança e, com ela, surgem novas exigências para os profissionais da área e desafios como a diversidade cultural e inclusão, o desenvolvimento das competências digitais, as questões da saúde mental ou o combate às desigualdades sociais.

Por isso, o papel do educador vai muito além da transmissão de conteúdos; ele é um agente de transformação social. É alguém que promove o pensamento crítico, o respeito pela diversidade e, claro, o desenvolvimento integral da criança. Assim, a profissão do educador de infância e do professor do 1º ciclo é absolutamente essencial porque estamos a falar dos primeiros anos de vida, da formação das crianças, de uma fase em que se constroem as bases do desenvolvimento cognitivo, social e emocional.

Os profissionais têm uma grande responsabilidade, não só no sucesso escolar, mas também na formação de valores e na inclusão social. São verdadeiros pilares da comunidade porque contribuem para a formação de cidadãos que se querem cada vez mais conscientes, participativos e empáticos.

O que é que a experiência de muitos anos do Piaget na formação de educadores de infância e professores acrescenta em termos de valor para os nossos estudantes?

O Piaget tem uma trajetória muito sólida nesta área. Há décadas que formamos educadores e professores e essa longa tradição de formação confere uma enorme mais-valia aos nossos estudantes. Temos uma equipa docente altamente qualificada, com uma forte ligação à prática e à investigação, e o plano de estudos do nosso mestrado está atualizado com um enorme rigor.

Para além disso, beneficiamos de uma rede de parceiros que permite uma formação em contexto real muito próxima daquilo que são as necessidades do terreno. Esta experiência acumulada garante uma qualidade, consistência e formação verdadeiramente transformadora. No Piaget apostamos numa formação humanista, crítica e atualizada, e isso faz a diferença no perfil dos nossos diplomados.

O mestrado desenvolve competências alinhadas com exigências da educação. Que tipo de competências específicas é que os mestrandos desenvolvem ao longo do curso e quais as características que mais valoriza neste mestrado?

O mestrado foi pensado para responder às atuais exigências do sistema educativo atual. Para além daquilo que são as competências pedagógicas e didáticas essenciais a um educador de infância ou professor de ensino básico, os estudantes desenvolvem competências de observação, planificação, avaliação e intervenção, com uma forte componente reflexiva e investigativa.

No Piaget valorizamos também o trabalho cooperativo, a capacidade de adaptação e a inovação educativa. Este mestrado permite formar profissionais com pensamento crítico, preparados para aquilo que são os desafios da sala de aula, potenciando também o desenvolvimento de competências para contribuir para uma melhoria das práticas e políticas educativas.

Sabemos o quão difícil é hoje, por vezes o ambiente escolar e o aprender a lidar diariamente com turmas de alunos. O mestrado inclui prática real em escolas ou instituições do ensino pré-escolar?

Sim, essa componente é central no nosso mestrado. Os estudantes realizam estágios em contextos reais, tanto em jardins de infância como em escolas do 1º ciclo, quer da rede pública quer da rede privada. Neste trajeto são devidamente acompanhados pelos orientadores cooperantes, isto é, pelos técnicos e docentes que estão no terreno, sendo igualmente acompanhados pelos docentes do Piaget que são os supervisores ou orientadores de estágio.

A prática é articulada com a reflexão teórica, o que permite aos mestrandos consolidar o que aprendem e desenvolver competências de intervenção educativa com segurança e sentido crítico. Ou seja, a formação em contexto real é para nós uma ponte fundamental entre a teoria e a prática.

Qual o perfil de estudantes que ambiciona ter no próximo ano letivo e qual o impacto que espera que eles venham a ter um dia na sociedade?

Queremos receber estudantes que tenham uma verdadeira vocação para a educação, que venham com espírito de missão. Ou seja, pessoas comprometidas, sensíveis às questões sociais, curiosas, e com vontade de aprender e fazer diferença.

Acredito que os educadores e professores que aqui se formam são capazes de ter um impacto muito positivo, seja na vida das crianças com quem vão trabalhar diariamente, seja com as suas famílias, seja mesmo na comunidade onde estão inseridos.

O nosso objetivo é formar profissionais competentes e humanistas, capazes de contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva. No Piaget, queremos formar profissionais capazes de inovar, de responder aos desafios atuais da educação e, acima de tudo, de fazer a diferença na vida das crianças com as quais trabalham, das suas famílias e da comunidade onde estão inseridos.

O seu mestrado é lecionado no Campus de Almada, o maior do Piaget em Portugal em número de estudantes. Os seus alunos vão interagir diariamente com colegas que estão a estudar e a formar-se em áreas muito diferentes. Isso é uma vantagem ou uma desvantagem?

É claramente uma vantagem. O contato com colegas de outras áreas, seja da área social, saúde, tecnologia, psicologia, desporto ou gestão, promove um ambiente mais rico e interdisciplinar. Esta diversidade estimula o pensamento crítico, o diálogo e a colaboração, e prepara os estudantes para contextos de trabalho que são cada vez mais interprofissionais e interdisciplinares.

Além disso, considero que esta interação reforça competências sociais fundamentais, como a empatia, a escuta ativa e o respeito pela diferença.

Na sua perspetiva, quais são as vantagens de estudar em Almada?

O Campus de Almada oferece um ambiente académico muito acolhedor, sendo um Campus moderno e dinâmico. Estamos próximos de Lisboa, com boas acessibilidades, dispomos de boas instalações e equipamentos modernos, temos um espaço verde muito bonito e uma vida académica muito ativa.

Para além disso, existe uma relação muito próxima entre estudantes e docentes, o que facilita o acompanhamento individual e a criação de um verdadeiro espírito de comunidade. Estudar em Almada é ter a certeza de encontrar um lugar onde é possível crescer pessoal e profissionalmente.

Para terminar, quem é a Professora Cristina Gonçalves?

Sou docente no Piaget há 33 anos. Iniciei o meu percurso nesta instituição, onde me formei como educadora de infância. Aqui realizei também a licenciatura em Direção Pedagógica e Administração Escolar, prosseguindo depois para o mestrado em Ciências da Educação, na especialização de Educação e Desenvolvimento, e posteriormente o doutoramento também em Ciências da Educação, na especialização de Formação e Supervisão de Professores.

Ao longo da minha carreira, tenho lecionado sobretudo nas áreas da pedagogia, das didáticas e das componente práticas dos cursos. Paralelamente à docência, assumi diversas funções de natureza administrativa e gestão académica, como a coordenação de cursos e a coordenação de estágios, papel que me tem permitido acompanhar de perto o crescimento dos nossos estudantes em contextos reais de prática educativa.