A fisioterapia é fundamental na qualidade de vida das pessoas
Entrevista com Joana Pinto, coordenadora da licenciatura em Fisioterapia no Piaget de Gaia
No campo dos cuidados de saúde, os desafios são crescentes e o grau de exigência dos pacientes também. Consciente desta realidade, a fisioterapeuta Joana Pinto, coordenadora da licenciatura em Fisioterapia na Escola Superior de Saúde Jean Piaget em Gaia, enfatiza os méritos de uma profissão de extrema relevância na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos
Nesta entrevista, foca também os méritos do curso, numa área de excelência para o Piaget, e onde a instituição acumula uma vasta experiência académica.
Qual é hoje a importância da fisioterapia na promoção da saúde e da reabilitação, tendo em vista uma melhor qualidade de vida?
A fisioterapia atua na promoção da saúde, na prevenção da doença e na reabilitação, sendo esta última o modo de atuação mais conhecido do cidadão comum. Mas, de facto, a fisioterapia tem um papel preponderante na qualidade de vida das pessoas através destas três formas de atuação.
Dou alguns exemplos. No campo da promoção da saúde, friso as classes de exercício para a população idosa que melhoram a sua condição física e têm uma relação positiva com o aumento da sua qualidade de vida. Relativamente à prevenção, cito um exemplo na área da saúde ginecológica ou pélvica, em que uma avaliação a uma mulher grávida, feita previamente por um fisioterapeuta especializado, pode prevenir lesões durante o parto. Temos também o exemplo de uma patologia bastante prevalente, como é a lombalgia ou dor lombar, em que as intervenções do fisioterapeuta e o consequente alívio da sintomatologia trazem benefícios enormes, não só em termos de qualidade de vida, como de diminuição dos dias de incapacidade.
Tudo isto são provas, mais do que garantidas, em como a fisioterapia é uma profissão muito relevante na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
Há ou não uma maior procura de profissionais qualificados e uma maior relevância da profissão de fisioterapeuta, face aos desafios crescentes que se colocam no setor da saúde?
Há, de facto, uma maior procura de profissionais licenciados em fisioterapia. As pessoas estão cada vez mais informadas, têm cada vez mais literacia em saúde e procuram profissionais de saúde qualificados em busca de melhorar as condições relacionadas com algumas patologias e os seus indicadores da saúde.
Muitas vezes, as pessoas procuram os serviços de fisioterapia no setor privado, porque infelizmente o Sistema Nacional de Saúde não tem uma resposta adequada para toda a população portuguesa. Ao sentirem melhorias no seu estado de saúde, estes pacientes referenciam os profissionais a familiares, amigos ou colegas. Daí existir uma procura cada vez maior e um número também maior de gabinetes de fisioterapia ou instituições de saúde especializadas nesta área a nível nacional.
Dou um exemplo desta procura de profissionais qualificados no domínio da fisioterapia no desporto. Há alguns anos, quando me licenciei, ainda havia um conjunto de profissionais não qualificados nos clubes de futebol. Hoje, temos cada vez mais fisioterapeutas a trabalhar mesmo em clubes mais pequenos, dos campeonatos distritais, integrados nos respetivos corpos técnicos.
Em termos de empregabilidade, quais as saídas profissionais que se oferecem aos fisioterapeutas, para além dos tradicionais hospitais ou clínicas de fisioterapia?
Para além dos hospitais e das clínicas ou policlínicas, há os gabinetes de fisioterapia ou instituições constituídas por fisioterapeutas onde temos profissionais com determinadas especialidades a darem apoio numa área concreta ou com uma população específica. Veja-se o exemplo de gabinetes com fisioterapeutas só na área da pediatria ou na área da saúde pélvica.
Há também cada vez mais fisioterapeutas a trabalhar na área do desporto. Atrevo-me a dizer que a maioria dos nossos recém-licenciados inicia o seu percurso precisamente na área do desporto, em clubes das suas localidades. Refiro igualmente as instituições de apoio à terceira idade. Havendo cada vez mais idosos dependentes, há também cada vez mais instituições a receberem no seu corpo técnico fisioterapeutas para acompanharem estes idosos e permitirem-lhes uma maior qualidade de vida.
Em resumo, as áreas de empregabilidade são amplas e estão literalmente relacionadas com as áreas em que os estudantes querem apostar no seu futuro.
Que tipo de competências é que os estudantes irão desenvolver ao longo do seu curso?
Os estudantes vão desenvolver competências técnicas, competências de raciocínio clínico, numa prática cada vez mais baseada na evidência, e competências do foro ético e deontológico, características específicas da sua profissão. Adicionalmente, recebem competências num modelo humanista, muito centrado na pessoa e não necessariamente na patologia.
O Piaget é uma referência académica na formação em Fisioterapia em Portugal, com uma oferta espalhada pelas suas várias Escolas Superiores de Saúde, de norte a sul do país. Quais são as características que mais valoriza no curso de Fisioterapia lecionado no Campus de Gaia?
O lema do Piaget é ensino de proximidade e nós não podíamos estar mais alinhados com esse lema no Campus de Gaia. Tanto o corpo docente como o corpo discente tudo fazem para garantir que os desafios do percurso académico sejam superados pelos nossos estudantes. Isto sem nunca perder o rigor e a exigência normais dos cursos da área da saúde. Ainda assim, realço que tentamos sempre atualizar-nos e adaptar-nos ao perfil dos estudantes que recebemos e que também tem vindo a mudar ao longo dos anos. Creio, assim, que ensino de proximidade e empatia com os estudantes são os dois fatores mais relevantes.
Enquanto coordenadora do curso, o que nos pode dizer sobre o perfil dos alunos que estão atualmente a frequentar o curso e o perfil dos estudantes que ambiciona ter no próximo ano letivo?
O perfil dos nossos estudantes têm vindo a mudar ao longo dos anos. Se antes tínhamos bastantes trabalhadores-estudantes, alguns já com alguma idade, maturidade e até outras licenciaturas, hoje em dia temos sobretudo estudantes provenientes diretamente do Ensino Secundário. Dá-nos muito gozo saber que somos, muitas vezes, a primeira escolha dos estudantes que terminam o Secundário.
É, por isso, um perfil de estudantes mais novos, com 18/19 anos, e muitos deles oriundos de regiões próximas. Mas também temos alunos de distritos mais afastados, precisamente porque o Piaget é uma referência no ensino e cada vez mais reconhecido na Academia.
Para o futuro, ambiciono estudantes comprometidos com o processo de aprendizagem e que compreendam que a aprendizagem é um processo ativo. Ou seja, que o sucesso dependerá também do seu compromisso e vínculo com a licenciatura em Fisioterapia, sempre com espírito crítico e reflexivo sobre aquilo que vão aprendendo. Também é isto que nos ajuda a ser uma instituição de ensino cada vez melhor.
Para terminar, quem é a Professora Joana Pinto?
Sou fisioterapeuta, sou docente e sou investigadora. Estou a terminar o doutoramento através da Universidade de Aveiro e tenho muitos anos de prática clínica. Trabalhei em várias áreas e com diferentes populações, em especial com a população idosa.
O meu maior foco é a promoção da saúde e as minhas áreas de maior interesse são as da atividade física e do exercício físico. É nestas áreas que dou aulas e que investigo. São as que mais me motivam e me levam a ter vários projetos de investigação que quero estruturar com os estudantes, os atuais e os que entrarão em breve no Piaget.
Acredito que só assim é que faz sentido o trabalho, com uma ação colaborativa entre todos. É isto que tem vindo a acontecer nestes dois anos que levo enquanto coordenadora da licenciatura em Fisioterapia no Piaget de Gaia.
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