Boas razões para escolher Enfermagem no Piaget do Algarve

Entrevista com João Grade, docente da licenciatura em Enfermagem no Piaget do Algarve

O Professor João Grade é docente na licenciatura em Enfermagem, lecionada no Campus Piaget do Algarve, onde é responsável por várias unidades curriculares. Quer isto dizer que os estudantes interagem com ele em várias fases do seu processo de aprendizagem até se tornarem enfermeiros. Uma curiosidade: é hoje professor na Escola Superior de Saúde do Piaget onde também fez a sua licenciatura!

Adicionalmente, o docente faz parte do Conselho Pedagógico e Consultivo do Instituto Politécnico Jean Piaget do Sul, que é a instituição do universo Piaget onde se integra a nossa Escola Superior de Saúde, localizada em Silves.

Com uma grande experiência clínica, a par do trabalho académico, destaca nesta entrevista o papel cada vez mais relevante que os profissionais de enfermagem desempenham na comunidade e as várias vantagens de tirar o curso na Escola Superior de Saúde do Piaget no Algarve.

Para quem está à porta de entrar no Ensino Superior e sonha vir a ser enfermeiro(a), quais são as características de base que um jovem deve ter?

Quem pretende entrar nesta profissão deve ter um grande sentido de empatia e de cuidado com o outro. Esta é uma profissão profundamente humana e, por isso, existem competências e habilidades que os estudantes devem aperfeiçoar, como saber escutar, saber respeitar, ter uma compreensão e uma visão holística da própria pessoa. O foco e o empenho são ferramentas essenciais para trabalhar nesta área, tal como as competências relacionais, uma vez que somos uma profissão que depende muito do trabalho em equipa, com outros profissionais.

Tudo isto são características e competências imprescindíveis para a nossa carreira e que ao longo da formação académica enquanto estudantes será necessário moldar e melhorar.

Com os inúmeros desafios que se colocam atualmente na prestação de cuidados de saúde, há ou não uma maior procura de profissionais qualificados e uma relevância crescente da profissão de enfermeiro?

Sim, sem dúvida. Ao longo dos anos, os desafios na área da saúde têm crescido por várias razões: o envelhecimento das populações, o crescimento das doenças crónicas, o aumento da idade média de vida, as desigualdades no acesso à saúde, ou as crises recentes provocadas pela pandemia. Tudo isto faz com que a procura de profissionais de saúde qualificados seja maior e que seja expectável e esperado um aumento da qualidade dos cuidados prestados às populações.

É neste contexto que o papel dos enfermeiros tem ganho uma maior relevância. Não apenas na prestação direta dos cuidados, mas estendendo-se a outras áreas, como a educação para a saúde, a prevenção, o apoio às famílias, a gestão de unidades, a investigação e uma participação mais ativa nas políticas de saúde, tendo em vista o acesso da população aos melhores cuidados de saúde, com segurança.

O enfermeiro(a) é um profissional apto a prestar cuidados de saúde em diferentes contextos e tipos de instituições, públicas e privadas. Quer dar-nos uma ideia sobre as diferentes formas de exercício da profissão e as diversas saídas profissionais?

Quando acaba o seu curso, o enfermeiro detém um vasto leque de competências e de habilidades que lhe permitem desempenhar a sua profissão tanto em instituições privadas como públicas. Assim, ele pode trabalhar tanto em unidades hospitalares e nos diversos serviços que as compõem, como em centros de saúde, unidades de cuidados continuados, lares, clínicas, escolas, empresas privadas e até mesmo no domicílio.

Fora deste contexto direto da assistência a terceiros, também existem oportunidades na área da gestão, do ensino, da investigação científica e da política, designadamente no campo da formulação de políticas de saúde. Há ainda, e cada vez mais, uma oportunidade internacional, na medida em que a formação dos nossos profissionais de enfermagem é reconhecida e valorizada no exterior em vários países.

Tal como noutras profissões ligadas à saúde, também na enfermagem é possível encontrar vários tipos de especializações e apostar, mais tarde, numa formação mais segmentada, correto?

Certo. Em termos de conhecimento, o profissional de enfermagem não se limita a terminar a licenciatura. Não fica por aqui! Adquirida a base da nossa profissão, a maioria dos serviços permite aos seus profissionais investirem e atualizarem os seus conhecimentos. É aqui que entra de novo uma vertente académica, com formações em diversas áreas e de várias formas, seja numa pós-graduação, numa formação complementar, num mestrado ou até num doutoramento.

As áreas de especialização incluem, por exemplo, a enfermagem comunitária, a enfermagem médico-cirúrgica, a enfermagem de saúde mental e psiquiátrica, a saúde infantil e pediatria, a reabilitação, a saúde materna e obstétrica. São, por isso, várias as especialidades onde os enfermeiros podem fazer uma formação mais qualificada, que lhes dá uma maior perícia nos cuidados prestados e na consultoria a outros profissionais que necessitem de apoio na prestação de cuidados.

O Piaget é uma referência académica na formação de profissionais de enfermagem em Portugal, com uma oferta que se alarga, além do Campus do Algarve, ao Campus de Gaia e ao de Viseu. Quais são as características que mais valoriza no curso de Enfermagem lecionado na Escola Superior de Saúde Jean Piaget do Algarve?

Em primeiro lugar, não posso deixar de mencionar o corpo docente. Temos uma equipa de trabalho jovem, dinâmica e em que a maioria exerce prática clínica. Para os estudantes isto é uma vantagem ao terem contacto e ligação direta com docentes que conhecem bem a realidade no “terreno”.

Em segundo lugar, o curso destaca-se pela formação prática e humanista, enfatizando aqui a questão da prestação de cuidados de saúde. Os estudantes são preparados com rigor e humanismo para atuar em diferentes contextos e em equipas multiprofissionais.

Outro aspeto relevante são os projetos de âmbito social e comunitário desenvolvidos pela própria Escola Superior de Saúde que permitem ao estudante manter, desde cedo, um contato direto com a comunidade, seja em rastreios ou outro tipo de atividades.

Por fim, destaco a questão das infraestruturas, dos equipamentos e materiais utilizados no Campus. Temos os equipamentos mais modernos, salas bem equipadas e laboratórios com material real, em que se simulam as práticas clínicas. Este tipo de treino o mais real possível prepara o estudante para os ensinos clínicos que vai ter ao longo do seu percurso académico.

Enquanto docente do curso, qual é o perfil de estudantes que ambiciona ter no próximo ano letivo e que competências é que os alunos irão desenvolver ao longo da licenciatura?

Ambicionamos estudantes motivados para fazer uma carreira em enfermagem, interessados em promover e melhorar a saúde das populações, curiosos, responsáveis e com vontade de aprender. Este é um curso que exige muita aprendizagem, tem muita teoria, mas também uma enorme carga prática.

Ao longo dos quatro anos do curso, os alunos irão desenvolver uma série de competências fundamentais, tais como pensamento crítico, capacidade de resolução de problemas e comunicação eficaz e assertiva, tanto com utentes como com colegas de equipa. A isto junta-se toda a componente de destreza manual e de técnica que se vai consolidando ao longo do curso, com as questões teórico-práticas desenvolvidas na Escola Superior de Saúde, e que são depois melhoradas e aprofundadas nos ensinos clínicos e nos locais de estágio, sejam em hospitais, centros de saúde ou lares, por exemplo.

A licenciatura é lecionada num Campus onde os estudantes de enfermagem irão interagir diariamente com colegas que estão a formar-se noutras áreas de saúde. Na sua opinião, isso é uma vantagem ou uma desvantagem?

É claramente uma vantagem, na medida em que esta convivência diária com futuros profissionais de outras áreas da saúde lhes permite, desde logo, compreender o papel das diferentes profissões e a importância da colaboração interdisciplinar. Uma das competências que se pretende que o estudante adquira é justamente o trabalho em equipa.

Por outro lado, a convivência potencia também a melhoria das competências comunicacionais e relacionais, razão pela qual a partilha e o convívio entre cursos e colegas de outras licenciaturas é importante.

Para terminar, quem é o Professor João Grade, com quem os estudantes irão interagir num futuro próximo?

Sou um dos docentes da licenciatura em Enfermagem e estou nesta Escola Superior de Saúde desde 2017 a fazer a supervisão dos estágios dos estudantes. Sou também um filho desta escola, na medida em que a minha licenciatura foi feita aqui. Esta experiência permite-me talvez ter uma melhor visão e uma perspetiva de melhoria contínua de todas as nossas práticas. Leciono nas áreas de Fundamentos de Enfermagem, Farmacologia e Pediatria que são também as minhas áreas de interesse e de intervenção na escola.

No âmbito da formação académica tenho feito formação complementar em emergência pediátrica, neuro desenvolvimento da criança e liderança de equipas. Já fiz formação pós-graduada em Supervisão Clínica e Desenvolvimento Profissional dos Enfermeiros, assim como na área da Gestão de Saúde e Enfermagem. O meu mestrado em Enfermagem foi feito com especialização na área da saúde infantil e pediatria e estou a fazer um programa de doutoramento pela Universidade de Évora.

Em paralelo, e no âmbito da prática clínica, sou responsável de um serviço de atendimento pediátrico permanente num hospital privado do Algarve do Grupo HPS Saúde, na unidade de Gambelas. Trabalhei anteriormente na ULS do Algarve, na urgência pediátrica. Esta é, assim, a experiência que posso igualmente colocar ao serviço dos estudantes.