Educação Social Almada
O educador social ajuda a criar uma sociedade sustentável

Entrevista com Tânia Santos, coordenadora da Licenciatura em Educação Social no Piaget de Almada

A professora Tânia Santos dirige a Licenciatura em Educação Social, lecionada na Escola Superior de Educação Jean Piaget, no Campus de Almada.

O Campus, para quem não o conhece, tem uma magnífica localização, situado junto à estação de comboios do Pragal e a 10 minutos de carro do centro de Lisboa.

Nesta entrevista, ficamos a conhecer um pouco mais tudo o que gira em torno da Educação Social e como se formam os estudantes que, no futuro, intervirão junto de pessoas e comunidades para promover o bem-estar e inclusão social.

O que faz um educador social e qual a utilidade da profissão?

Um educador social é um profissional do trabalho social que fundamenta a sua intervenção nas Ciências da Educação, em particular na pedagogia social, e noutras áreas das Ciências Sociais e Humanas, para promover o desenvolvimento integral de pessoas, grupos e comunidades.

É um profissional essencial nas sociedades atuais, porque cria e põe em prática projetos socioeducativos para responder às necessidades de bem-estar de uma grande diversidade de grupos sociais, de crianças, jovens, adultos e idosos para promover a inclusão e a qualidade de vida destes grupos.

Num mundo que muda cada vez mais rapidamente, este profissional é fundamental para a construção de sociedade coesas, democráticas e sustentáveis. Ele é capaz de estudar e de compreender essas mudanças e as suas consequências nos contextos socioeducativos em que intervém e é capaz de criar projetos socioeducativos para lhes dar resposta.

Portanto, o educador social é um profissional essencial tanto para os desafios atuais como futuros das nossas sociedades.


Que competências é que os estudantes desenvolvem ao longo da licenciatura?

Os nossos estudantes desenvolvem, desde logo, os conhecimentos teóricos fundamentais para o exercício da profissão, designadamente uma preparação sólida em pedagogia social, mas também em outras áreas das Ciências da Educação e das Ciências Sociais.

Mas sendo este um curso com forte pendor prático e aplicado, saliento a preparação dos estudantes em áreas fundamentais, como a gestão de projetos, o empreendedorismo social, as dinâmicas de intervenção social, a mediação social, a diversidade e a cidadania, e a gestão de organizações sociais. Saliento ainda a oportunidade de aprendizagem que o Piaget garante aos seus estudantes ao longo do seu percurso em contextos práticos, desde o 1º ano em que é realizado um Observatório em Educação Social, seguindo-se no 2º e no 3º ano os respetivos estágios.

Finalmente, não posso deixar de referir o desenvolvimento das competências pessoais e sociais, que são cada vez mais fundamentais para a nossa capacidade de adaptação a este mundo em mudança. Destaco a capacidade de trabalho cooperativo, a reflexividade, a criatividade, o pensamento crítico e uma forte formação ética, que tem como referência os princípios fundamentais dos Direitos Humanos que guiam a prática do educador social.


Em termos de empregabilidade, quais as saídas profissionais para os diplomados?

Os nossos diplomados estão hoje integrados em áreas muito diversas e, portanto, é com gosto que vemos também diversos espaços socioeducativos que recebem a profissionais já formados pela nossa licenciatura.

Gostaria de dar alguns exemplos: escolas, casas de acolhimento de crianças e jovens, casas de acolhimento para vítimas de violência, estruturas de apoio a idosos, como centros de dia e os centros comunitários, municípios e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que intervêm com todo o tipo de públicos e problemáticas. Em todos estes espaços, os educadores sociais são profissionais preparados para responder aos desafios destes vários grupos, criando respostas socioeducativas para promover a inclusão, a cidadania e o desenvolvimento individual e coletivo.

O Piaget é uma instituição de referência na formação de educadores em Portugal. O que é que esta experiência de muitos anos acrescenta em termos de valor na formação dos futuros educadores sociais?

O Piaget foi uma das instituições pioneiras na formação de educadores sociais em Portugal, tendo criado há mais de 25 anos o curso de Educadores Socioprofissionais, no Campus de Almada, na altura um bacharelato. Já nessa altura, o curso formou profissionais que hoje estão integrados em instituições de referência nesta área no nosso território.

Fazendo parte de uma Escola Superior de Educação com mais de 40 anos de história, eu diria que a licenciatura em Educação Social do Piaget vai beber aquilo que são as bases do modelo pedagógico da instituição. Estas bases são fundamentais para que os docentes consigam também adaptar as suas práticas e responder àquilo que são as transformações e as mudanças nos processos de ensino-aprendizagem. Posso dar alguns exemplos: a aprendizagem centrada no aluno, a utilização de metodologias ativas, como a metodologia de projeto, a aprendizagem em serviço, a valorização da interdisciplinaridade e a articulação entre teoria e prática.

Neste sentido, procuramos desenvolver, acompanhar e estimular os nossos estudantes através de uma proximidade constante no seu processo no seio do Piaget.


Qual o perfil de estudantes que ambiciona ter no próximo ano letivo e qual o impacto que espera que eles venham a ter um dia na sociedade?

Espero ter, acima de tudo, estudantes curiosos, com vontade de descobrir e de questionar – esta é uma competência fundamental para um percurso no Ensino Superior. Espero também ter estudantes com disponibilidade para conhecer o outro e se abrirem às relações com os outros, dentro e fora da escola. Este é um processo fundamental para que os estudantes possam, posteriormente, dar o seu contributo na resposta àquilo que são os desafios das nossas sociedades.

Espero ainda ter estudantes interessados, motivados para criar novas respostas para aquilo que são os problemas das nossas sociedades, e que possam sair da nossa instituição com a capacidade de olhar o mundo com uma perspetiva crítica e com criatividade para gerar novas soluções para os desafios que enfrentamos.


A licenciatura é lecionada num grande Campus, onde os estudantes de Educação Social vão interagir diariamente com colegas que estão a formar-se em áreas muito diferentes. Isso é uma vantagem ou uma desvantagem?

É uma grande vantagem, da qual a licenciatura tem vindo a tirar partido – e esperamos continuar a fazê-lo, de forma cada vez melhor.

Dou o exemplo do diálogo criado entre os estudantes de Educação Social e os colegas da área das tecnologias que se envolveram, em várias unidades curriculares, no desenho de projetos na área do envelhecimento ativo, cruzando as tecnologias e a educação social. O mesmo aconteceu no campo da utilização saudável da Internet por crianças do primeiro ciclo.

Estes são alguns casos de diálogos já criados no âmbito de unidades curriculares que pretendemos aprofundar, porque este diálogo é um aspeto fundamental da preparação dos profissionais para os desafios do futuro.

Na sua opinião, quais são as vantagens de estudar em Almada e o que é que mais valoriza no Campus?

Em Almada, encontramos um campo bonito e muito agradável, que dispõe dos espaços e dos recursos necessários para uma vida ativa e bem sucedida na Academia, mas não só. Temos um ambiente social saudável, marcado pela proximidade entre estudantes, docentes e funcionários, e temos uma localização privilegiada em termos de acessos, estando muito bem servidos de transportes públicos e próximos da praia. Adicionalmente, beneficiamos de uma rede de colaborações e de parcerias com diversas instituições locais que enriquecem o processo formativo dos nossos estudantes.

Para terminar, quem é a professora Tânia Santos?

Aquilo que me define é a minha curiosidade e a vontade de explorar um conjunto de temas e de interesses desde muito jovem. O meu percurso profissional e académico reflete esses interesses e eu destacaria o desenvolvimento comunitário, a participação cívica, as políticas sociais e os direitos humanos.

Tive a sorte, nestas várias áreas, de poder trabalhar em projetos de intervenção ou de investigação em muitos países, incluindo Portugal, Índia, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Tive também a sorte de aprender a trabalhar com outros profissionais, nestas diversas partes do mundo, no desenho da construção de soluções para problemas e desafios que todos vivenciamos.

Foi a minha vontade de aprender que me levou às várias partes do mundo e me conduziu a um processo de aprendizagem que tenho todo o gosto de continuar a construir com os nossos estudantes.

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